Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega anuncia resultado do Edital 2025
O Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil–Noruega (BRC) anunciou o resultado final do processo de avaliação científica referente ao Edital BRC 2025. O programa de fomento à pesquisa é uma iniciativa apoiada pela Hydro, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade de Oslo (UiO), com o propósito de impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico voltado à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade amazônica.
O edital recebeu 36 propostas, das quais quatro foram selecionadas pela Comissão Científica — composta por três pesquisadores doutores brasileiros externos ao consórcio — a partir de critérios como mérito científico, qualificação da equipe, e viabilidade técnica e orçamentária. Em caso de empate, foram aplicados critérios previstos no Programa de Pesquisa do BRC (2024–2028), que valorizam a colaboração entre parceiros do consórcio, a cooperação com atores externos e as contrapartidas institucionais das propostas.
Para Eduardo Figueiredo, Vice-Presidente Sênior de Sustentabilidade da Hydro e representante da empresa no Conselho Administrativo do BRC, o resultado reforça a importância da pesquisa local como caminho para o desenvolvimento sustentável da região.
“Acreditamos que o desenvolvimento da Amazônia só é possível com a sua conservação, preservando comunidades e promovendo a bioeconomia. Por isso, investimos em iniciativas como o BRC. É fundamental que a pesquisa seja feita aqui, por nossas pessoas, que conhecem profundamente a realidade da região. As soluções mais eficazes nascem desse conhecimento local, e temos o privilégio de contar com parceiros que compartilham essa visão, impulsionando uma ciência verdadeiramente amazônica.”
O professor Leonardo Sena, representante da Universidade Federal do Pará no Board do BRC, fez um balanço positivo das propostas aprovadas no edital: “O Edital cumpriu a sua função de selecionar projetos científicos voltados à compreensão de processos importantes para a restauração ambiental e manutenção da biodiversidade, sempre visando o aspecto da sustentabilidade.”
Segundo a secretária executiva do Consórcio BRC, Flora Bittencourt, os projetos aprovados refletem uma ciência amazônica cada vez mais colaborativa e conectada a desafios concretos: “Os novos projetos revelam o fortalecimento de agendas interdisciplinares que integram biologia, tecnologia, inovação e conhecimento aplicado — com foco tanto na conservação quanto na geração de alternativas sustentáveis de desenvolvimento”.
A professora Ana Cristina, líder do Comitê Científico do BRC, complementa destacando a importância de não apenas estudar a Amazônia, mas também realizar esse processo como uma parceria: "Editais como esses fortalecem a parceria entre indústria e academia na busca por estratégias alternativas para a conservação da biodiversidade amazônica. Parcerias como as do BRC que unem instituições de pesquisa com o setor produtivo, contribuem efetivamente na transformação de paradigmas para as boas práticas ambientais."
A representatividade e o impacto crescente do BRC nas instituições amazônicas também foram destacados pelos representantes do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal Rural da Amazônia. Para a Profa. Dra. Marlúcia Martins (MPEG), “o edital foi um sucesso. Tivemos mais de 30 propostas, um número expressivo, o que mostra o grau de internalização do BRC dentro de nossas instituições, além de reforçar o modelo de cooperação entre empresa e pesquisa como um case de sucesso para a Amazônia”.
A Profa. Dra. Gracialda Costa Ferreira (UFRA) complementa que a iniciativa possibilita múltiplos olhares sobre os desafios regionais: “o BRC traz isso, a possibilidade de a gente ter uma diversidade de olhares sobre o mesmo problema, trazendo soluções com resultados mais consolidados, por que ele traz soluções para múltiplos problemas”, afirma.
Projetos aprovados
Quatro projetos foram aprovados no Edital 2025 do Consórcio BRC, refletindo a diversidade e a inovação das pesquisas voltadas à conservação e ao monitoramento ambiental na Amazônia. A proposta da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), intitulada “Artificial intelligence and cutting-edge hardware technologies for water treatment and aquatic food webs monitoring in the Hydro Bauxite Mine Area in Paragominas, Brazil”, aposta em inteligência artificial e novas tecnologias para avaliar os impactos da mineração e de variáveis ambientais sobre redes de interação aquática e qualidade da água. O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) desenvolverá o projeto “Genes, morfologia, função e IA: uma nova abordagem integrativa para a avaliação da recuperação ecológica baseada em invertebrados negligenciados em ecossistemas amazônicos pós-mineração”, que propõe um protocolo inovador para medir a recuperação ecológica pós-mineração, utilizando invertebrados como indicadores-chave da restauração e destacando seu papel no equilíbrio dos ecossistemas.
A Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentará o projeto “Integração entre Ciência, Tecnologia e Conservação para a Recuperação de Riachos na Amazônia – ReStreAm”, que propõe uma abordagem inovadora e baseada em evidências científicas para restaurar riachos amazônicos degradados por atividades mineradoras. Por fim, a Universidade de Oslo (UiO) desenvolverá o projeto “Ecosystem Guardians (EGUA): protistan parasites as indicators of ecosystem health”, que busca utilizar parasitas como indicadores da saúde dos ecossistemas amazônicos, criando um índice capaz de interpretar dados de sequenciamento ambiental e fornecer avaliações rápidas e precisas da integridade ecológica.
Sobre o Consórcio
O Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC) é uma iniciativa inovadora de parceria da Hydro com as instituições de ensino e científicas Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Rural da Amazônia (UFRA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e Universidade de Oslo (UiO, Noruega). O objetivo principal da cooperação é investir na pesquisa para o fortalecimento das estratégias de conservação da fauna e da flora amazônica, além da geração de informações que subsidiem a melhoria dos processos de recuperação florestal das áreas mineradas de bauxita em Paragominas. A mina de Paragominas funciona como um grande laboratório natural para análises técnicas e científicas desenvolvidas pelo Consórcio, que contou com investimentos de mais de R$ 6 milhões nos últimos dez anos.
Acesse o resultado completo aqui: pt.brcbn.com
Fonte: Comunicação Peabiru